terça-feira, 4 de outubro de 2011

UNIDADE 2 - GÊNERO E HIERARQUIA SOCIAL X BLOGFÓLIO: Pobreza, gênero e raça/etnia nos contextos urbano e rural: Perspectivas de gênero e raça/etnia na saúde pública

FIGURA DISPONÍVEL EM: http://nepo.com.br/2009/10/08/as-resistencias-para-implantar-empresas-2-0/

Hoje, a presença das mulheres no mercado de trabalho é expressiva, o que contribui para desvelar as desigualdades e as discriminações se comparadas aos homens, seja no espaço público, seja no espaço privado. E ainda gera a sobrecarga de atividades da mulher levando a outro agravante; a vulnerabilidade a doenças e agravos. Então, diante das conquistas legais e políticas em saúde no SUS os gestores e os profissionais de saúde têm papel fundamental no sentido de conhecê-las e torná-las uma realidade no planejamento e na prática de atenção à saúde com foco na mulher e redefinindo-as com foco nas questões etnoraciais.
Em saúde pública é preciso aprofundar e atualizar os grandes objetivos da criação do SUS, num contexto contemporâneo, agregando novos desafios e dimensões para que os objetivos de universalidade, equidade e integralidade possam se concretizar.

Hoje é bem comentada a necessidade de se humanizar a prestação de serviços de saúde no âmbito da saúde da mulher, mas, em que medida se faz necessário esta humanização quando se percebe as sutilezas dos preconceitos, implícitos em nossas atitudes e nas concepções que se tem sobre diferença sexual, prescrições de gênero, assimetria de gênero, lateralização cerebral, pessoa de referência da família, hierarquia de gênero, natureza feminina, dominação masculina, machismo latino, honra, assexualização da mulher, pensamentos androcêntricos, seres dionisíacos, estereótipo sexual e racial, tradições culturais. Será que estas concepções são empregadas no momento do parto quando se cobra até maior força, disposição e agilidade de uma parturiente negra? A indicação de cesareana direciona-se mais para as mulheres brancas, mais frágeis, de órgãos genitais menos desenvolvidos? Que tamanho de espéculo vaginal utilizar para realizar o exame preventivo de câncer de colo de útero na mulher negra e na mulher branca? Qual o nível de atenção que se dá as queixas de infertilidade, frigidez sexual e indicativo de violência sexual? Como se tem evidenciado e minimizado as vulnerabilidades da mulher no que tange as DST/AIDS? Estamos buscando fortalecer o empoderamento da mulher para garantir seu auto-cuidado no contexto das relações com parceiros simpáticos ao machismo latino? Porque continua a ocorrer a feminização da AIDS?
Será que se atua na medida certa para promover a equidade e igualdade. Deve-se estar atento, pois não é comum relacionar estas concepções a tais procedimentos em saúde. Possivelmente existe alguma implicação. É preciso que se discutam estas questões na equipe de trabalho e na formação dos profissionais na academia. O repasse e troca de vivências e reflexões feitas nestes estudos do curso GPP-GeR também são válidos, pois, o conhecimento só é válido se for utilizado como forma de intervenção e transformação da realidade por nós vivida e vivenciada, caso contrário, estaríamos nos conformando com a iniquidade social na qual estamos imersos.

POSTADO POR: Teresa Cristina

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