terça-feira, 4 de outubro de 2011

UNIDADE 3 - Desigualdades de Gênero no Brasil X BLOGFÓLIO: Pobreza, gênero e raça/etnia nos contextos urbano e rural: Perspectivas de gênero e raça/etnia na saúde pública

Por influência das lutas de emancipação das mulheres, as políticas nacionais e internacionais perceberam que a subordinação feminina é um entrave à qualidade de vida de qualquer comunidade, e que as sociedades que se empenham por um ambiente de maior igualdade e justiça entre homens e mulheres apresentam maior progresso no desenvolvimento humano.
É preciso monitorar as tendências gerais das mudanças e da continuidade das relações de gênero em nosso país, porque já passamos por uma redefinição nas relações entre homens e mulheres na sociedade e na família e já há avanços sociais e nas relações de gênero inclusive na área de saúde, além da educação, mercado de trabalho e previdência.
Assim no trabalho em saúde existem muitas inter-relações que podem mesmo contribuir na reversão do hiato de gênero, como a questão do acesso das trabalhadoras domésticas aos serviços de saúde, a assistência na saúde reprodutiva, no pré-natal e na obstetrícia, além da abordagem adequada frente aos casos de violência contra mulheres.
O profissional de saúde tende em pensar apenas na Transição Epidemiológica e se esquece mesmo das influências da Transição demográfica e urbana sobre a saúde, além da análise apenas dos indicadores de saúde, friamente, sem questionar se há modificação quando se avalia também o gênero/raça neste indicador. Quanto aos demais indicadores, considera apenas o IDH sem fazer correlações altamente importantes para a gestão e organização dos serviços de saúde.
É necessária uma reflexão quanto à autonomia e protagonismo de cada profissional de saúde/gestor. Possivelmente, tem-se capacidade para desenvolver ações no que tange a acessibilidade e empoderamento através da realização de oficinas e outras atividades coletivas e individuais.
Estes estudos (Curso de Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça) podem ser considerados, de fato, como qualificadores para gestores e profissionais da saúde que, por conseguinte contribuirá para aprimorar a qualidade da atenção à saúde. Vale ressaltar que somente a simples leitura de textos, o envio das atividades propostas, participação nos fóruns e tudo mais pertinente ao curso, não produzirá efeitos práticos. É preciso refletir e promover mudanças que se constituam em transformação das ações e serviços dentro da perspectiva do que se tem discutido para reparar os prejuízos causados por séculos e para a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: Usuários, trabalhadores e gestores.
Este aprofundamento do debate interno dentro de nós mesmos é um passo importante demais, é a consciência de cada um que se expande para o coletivo e transcende a idéia de querer menos doenças, mais vida, mais qualidade de vida, vida mais longa, ausência de violência e outros bem-estar, conforme está no conceito de saúde da Organização Mundial de Saúde: “Estado de completo bem-estar físico, mental e social e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade.
Hoje, o empoderamento da mulher como as usuárias do SUS ainda encontra-se longe de constituir-se em realidade favorável. Mas, na medida em que isso é divulgado, a sociedade também aprofunda o debate e o resultado é o bem do coletivo. Embora, a reflexão sobre o despreparo dos profissionais de saúde para o atendimento a usuária vítima de violência cause perplexidade.
POSTADO POR: Teresa Cristina

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